Ontem (17/jan) vazou a notícia pelo Portal AZ, coluna Turismo Online, da Larissa Ravenna, que depois de mais de 25 anos como gestor de Planejamento do Turismo o técnico Edson Andrade Correia estaria se despedindo de suas funções.
Quando iniciei na PIEMTUR, primeiro como tradutor oficial do Estado do Piauí em 1975, no Congresso da ASTA (American Society of Travel Agents), em seguida como estagiário em 1977 para então ocupar cargos técnicos, Edson trabalhava na Central de Artesanato. Somente em 1988 ele se incorporou à PIEMTUR, iniciando uma carreira notória.
Com as aptidões que já acumula, Edson é um profissional completo, com largas noções de artesanato, folclore e turismo e boa redação – é formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí. As gavetas da PIEMTUR estão abarrotadas dos projetos que fez e inúmeras são as Portarias que o colocaram em grupos especiais para pensar o Piauí turístico.
Quando o Governo Wellington decidiu criar a Secretaria de Turismo, lá estava Edson à frente como um de seus primeiros gestores, dando pitacos para viabilizar o Turismo piauiense como atividade de elite, status de Secretaria.
Boa parte dos projetos que o Secretário Silvio Leite divulgou em sua carta de despedida, no final do ano passado, totalizando mais de 350 milhões de reais, foi produzida por Edson Andrade Correia. Era ele quem se interessava por acompanhar os modelos e ajustar a cada fonte a que se destinavam.
De repente, não mais que de repente, eis que amanheço com a notícia de que Edson está se despedindo do Turismo. Não acredito tratar-se de aposentadoria, pois o vigor ainda o acompanha. Teria que ser, necessariamente, uma grande decepção. Por isso resolvi ligar para esse amigo de longos anos e esclarecer.
Pela conversa que tivemos, senti que havia algo mais do que uma simples transferência para a EMGERPI. Os funcionários que eram lotados na PIEMTUR, com a sua extinção, estão hoje à disposição do Governo, à espera de serem lotados em algum órgão. A lógica administrativa indicava que Edson deveria ser reaproveitado na Diretoria que ocupava na Secretaria de Turismo, já que o secretário Silvio Leite havia sido convidado a permanecer no cargo.
Mas não foi isso o que aconteceu. Como eu havia previsto, uma grande decepção afastou Edson do órgão que ele ajudou a crescer. A forma habilidosa de lidar com as suas funções chocou-se com estilos divergentes, fazendo-o afastar-se da SETUR.
Como técnico que sempre fui, só tenho a lastimar que o Governo do Estado dispense esse tipo de tratamento a profissionais competentes, que vestem a camisa e se dedicam de corpo e alma, muitas vezes (como o próprio Edson) sacrificando os seus momentos de lazer em troca de serviços extras que a sua responsabilidade exigia.
De qualquer forma, há um alento. Para qualquer direção que a EMGERPI o leve, o órgão que o receber só tem a ganhar. E torço de coração para que ele seja aproveitado pela competência e profissionalismo de que a sua bagagem é recheada.