Quem, nos últimos meses, pegou a rota que leva ao litoral do Piauí com certeza percebeu que viajar está cada vez mais prazeroso. Isso porque os esforços do nosso governador Wellington Dias foram mirabolantes, para deixar as estradas em excelentes condições de tráfego. Apesar das facilidades criadas para escoamento do fluxo, em relação à infra-estrutura ainda há muito que fazer para tornar mais confortável as viagens. Avaliando a rota que liga Teresina ao litoral, seja pelo Caminho das Pedras ou pelo Caminho das Águas, o problema é um só: ausência de sinalização e de apoio.
Observa-se que algumas placas foram fincadas ao longo das rodovias, anunciando atrativos que nós, viajantes, devemos visitar: cachoeiras, barragens, banhos de rio, casas de cultura, artesanato. Mas quando alcançamos a cidade, não há mais sinalização indicando pelo menos o portão de saída. As placas exibem também alguns destinos, mas esquecem de incluir uma informação preciosa que não afetaria o visual: as distâncias. Vê-se um indicativo para a “costa o delta”, mas não nos proporcionam a menor idéia de onde fica isso ou a quê distância. Um exemplo: na entrada de Joaquim Pires (Caminho das Águas) há uma placa indicando a cidade de Parnaíba, mas é só. Daquele ponto em diante, bifurcam-se ruas que não oferecem a menor condição de entendimento do caminho que levará ao destino. Joaquim Pires é uma cidade de passagem, embora possua uma lagoa belíssima, mas infelizmente sem infra-estrutura adequada. Deveria possuir melhor sinalização de saídas, para facilitar a vida de quem tomou aquela rota. O jeito é apelar para o cidadão nas ruas.
Outra coisa: nas rotas sugeridas pela propaganda oficial não há um ponto de apoio preparado para receber os viajantes, os quais ofereçam serviços mínimos. Observa-se, por exemplo, pequenas e simples lanchonetes e alguns restaurantes que não demonstram estar adequados a recepcionar os que viajam e necessitam estirar as pernas, fazer suas necessidades fisiológicas ou simplesmente espairecer em uma cadeira tomando um refrigerante.
O planejamento turístico não deve acontecer, no entanto, apenas com a melhoria de infra-estrutura. Os empresários precisam também manifestar-se, usando o bom senso para perceber a importância de manter o seu estabelecimento em condições ideais de recepção. Não negamos que as dificuldades são grandes, porque o fluxo é sazonal e não ocorre com intensidade. Mas dificuldade não é sinônimo de descaso. Manter um banheiro asseado não deve onerar tanto assim um estabelecimento. Toalhas higiênicas também não. Muito menos pessoas vestidas em roupas limpas, um chão varrido e lavado ou uma parede bem apresentada. Com boa vontade e bom senso, com certeza o ciclo da atividade turístico se completará: infra-estrutura, empresa e sociedade.