Por muitos anos frequentei o Parque Nacional de Sete Cidades, procurando desvendar os seus mistérios e identificar as suas pinturas rupestres e as estranhas figuras rochosas. O parque vivia sob o assombro das queimadas, da falta de verba e das dificuldades administrativas causadas pela sua localização, o estado do Piauí. Nenhum outro parque brasileiro, salvo raríssimas exceções, assemelha-se a Sete Cidades, pela riqueza de suas pinturas milenares, pelo conjunto rochoso, pelos riachos que correm o ano inteiro ou pela dedicação dos funcionários do IBAMA ali lotados.
Um reflexo desses entraves atingia a fauna e a flora, deixando a região seca, já castigada pelo clima cruel dos períodos de verão, e afugentando os animais, que fora do parque se tornavam presas fáceis para os caçadores.
Ao retornar a Sete Cidades, depois de uma estiagem de pelo menos 5 anos, fiquei pasmo com o que vi: uma flora revigorada e uma fauna próxima, selvagem, mas próxima. De cima da Vista Panorâmica, na segunda cidade, era possível flagrar cotias, soins e pacas saltando sobre as pedras e galhos, enquanto jacus, nambus e papagaios alvoroçam-se pelas árvores.
Ao par de toda essa energia vital, o parque está bem sinalizado, bem cuidado, com informações constantes e permanentes reuniões de pessoal, conduzidas pelo auxiliar de administração Maurício Oliveira. Depois que foi implantada uma brigada contra o fogo, nunca mais esse mal súbito da natureza perturbou os 6.221 hectares de área do parque. Isso contribui para manter a flora vigorosa e a fauna diversificada, permitindo dar vida a uma região tão surpreendente.
O Parque Nacional de Sete Cidades dista 182km ao norte de Teresina. Maiores informações podem ser encontradas neste portal, no link “Escolha o seu destino”.