O município de Cajueiro da Praia está se transformando na mais nova mania do litoral piauiense. As ações articuladas pelo governador Wellington Dias, com vistas a melhorar os acessos na região, deixou a estrada que liga o município a Parnaíba e Luís Correia ujm verdadeiro tapete a céu aberto. Justiça seja feita: o turista não tem mais o que reclamar de buracos nas estradas, inclusive a BR-343, que liga Teresina a Parnaíba, está impecavelmente bem aparelhada, bem sinalizada e, sobretudo, bem acabada. Viajar ao litoral está bem mais prazeroso.
A praia mais cobiçada de Cajueiro da Praia é, sem dúvida, a Barra Grande. O pequeno povoado está mostrando a que veio, quando o assunto é desenvolvimento turístico. Bem diferente do que apresentava há cinco anos, a Barra Grande hoje dispõe de excelentes pousadas, restaurantes bem aparelhados, pequenas empresas organizadores de passeios, comércio em desenvolvimento e bares abundantes. Por falar em bares, esse é o ponto nevrálgico da praia.
Concentrados no final da avenida central da Barra Grande, perpendicular ao mar, os bares se multiplicam aos montes. Palhoças se ampliam, crescendo desordenadamente e comprometendo o atendimento. Os pequenos empresários ainda não perceberam a forma pela qual devem se preparar para receber um fluxo que tende a crescer a cada temporada. Não há garçons suficientes e todo o ambiente sofre pelo improviso. Falta peixe, a cerveja nunca chega a tempo, às vezes vem quente por conta das vendas da noite anterior. Ou, quando falta a marca que você está apreciando, não há o que fazer. Sempre vêm as desculpas, nenhuma justificada. O que falta mesmo é consciência para o atendimento e eliminar um pouco a lei de Gerson, quando todo mundo quer tirar proveito das visitas. Um tira-gosto está sendo vendido a R$ 20,00 – duas postas de peixe e os pernoites nas pousadas chegam a R$ 120,00 as mais simples e R$ 200,00 as mais sofisticadas, apenas com direito a café da manhã.
É evidente que contemplar a praia da Barra Grande é um prazer inigualável. Mas, digamos, poderia ser um pouco mais acessível. A elitização do local de multiplica. A especulação imobiliária reina. Comenta-se que uma pousada à beira-mar está sendo vendida a R$ 1,2 milhão, enquanto uma casa pequena, modesta, em um terreno medindo não mais que 7m X 15m custa em torno de R$ 200 mil.
Mas a praia é bela, possui um estonteante pôr-do-sol, uma culinária invejável, povo hospitaleiro e muita tranqüilidade. Só resta desejar que os visitantes não a transformem em uma Atalaia, cujo sossego há muito abandonou o lugar.