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Carta a Joca Oeiras

Meu caro Joca,

Tenho uma prateleira de livros a ler. Verdade. No meu escritório, separei uma prateleira para ir guardando os livros que vou adquirindo e que ainda não pude ler. Nem que eu passe os meus últimos dias lendo-os, cada um terá a sua vez.

Percebo a sua batalha incansável para divulgar o livro “Nós & Elis – a gente era feliz e sabia”, que você organizou. Inclusive certo dia, se não me falha a memória, percebi que você cobrava dos amigos a leitura do livro. Pois bem. O momento “Nós & Elis” chegou para mim neste 26 de dezembro, domingo calmo, ideal para rebuscar o passado.

Antes de surgir o Nós & Elis, havia outro bar no local, chamado Kina’s. Pertencia ao Marreiros (não lembro o primeiro nome). Era um bar que também se utilizava de música ao vivo. Eu e uma meia dúzia de amigos tínhamos por hábito fazer samba de mesa, comigo na voz e no cavaquinho ritmo (veja só!). Se não me falha a memória, o ano era 1980. Certo dia, tocando em um bar qualquer da zona leste, em um sábado à tarde, o proprietário nos pediu para retornar no sábado seguinte, que ele pagaria as despesas. Com o samba de mesa, surgiram muitos clientes, daí o entusiasmo. Fomos crescendo musicalmente, até que acabamos montando um som profissional e um grupo chamado Sambaião, e fomos tocar às sextas no Kina’s Bar. Casa cheia. Momentos de muita movimentação. Aos sábados tocava o grupo Sambência, do falecido José Carvalho.

Percebi que muitos colaboradores do livro “Nós & Elis...” referem-se ao Elias Prado Júnior como o primeiro profissional a valorizar os músicos, pagando bons cachês e em dia! Reconheço que ele lançou e valorizou muita gente, pagando por um trabalho que o músico não tinha hábito de receber. Ajudou a profissionalizar muita gente. No entanto, o Marreiros, que o antecedeu, também fazia isso. Pagava em dia um cachê justo e ainda fornecia tira-gostos e doses extras de whisky, aqueles mimos que conquistam.

Mesmo antes de ler, o livro “Nós & Elis...” me trouxe uma simpatia imediata por um aspecto fundamental: a capa. Paulo Moura é um artista que o Piauí ainda haverá de dobrar-se por inteiro. Ele conseguiu dar um brilho espetacular à capa do livro, tornando-o destaque nas prateleiras das livrarias por onde se exibe. Confesso que, antes de conhecer o livro, o imaginei com mais páginas. O trabalho de marketing de lançamento conseguiu gerar uma expectativa muito grande, por isso o imaginava volumoso, com crônicas densas e profundas. Mas com a leitura acabei por reconhecer que os textos estão de bom tamanho, não são enfadonhos e conseguem transmitir momentos bem interessantes.

Percebi que os colaboradores são, em sua maioria, frequentadores que tiveram participação ativa na vida do bar. Artistas que se expressaram nas suas paredes, comediantes, músicos de palco e poetas são alguns exemplos. Cá de minha parte, vivi o Nós & Elis como consumidor, sem muita expressão artística, mais como observador e apreciador da boa programação cultural que a casa estava sempre a oferecer. As crônicas me ajudaram a relembrar detalhes que me eram costumeiros, por isso não me marcaram tanto como os lembro agora.

O Prefácio de Paulo José Cunha me veio como um aperitivo que você toma para abrir o apetite. Ele descreve a alma do bar com um contágio que nos instiga a prosseguir na leitura. É sempre fundamental que as aberturas de livros tragam essa curiosidade pelo que está por vir. E isso ele fez muito bem. Aliás, embora eu não tenha convivência com Paulo José Cunha, admiro o seu texto e a sua excelência profissional. Disse ele:

“Enganam-se os que pensam, ingenuamente, que os bares são feitos de mesas, cadeiras, garrafas e garçons. Na verdade, os bares são o que resulta da alquimia de todas as palavras, de todas as piadas, de todas as cantadas, de todos os lamentos e de todos esses murmúrios ditos em voz baixa, entre mãos entrelaçadas, ao som de um bolero cantado por uma voz rouca de cigarro e madrugada”.

Nada mais belo.

Feita essa preparação, esse aperitivo de nostalgia, entrar nas páginas tornou-se o prazer de uma aventura que tem espaço e tempo, um caminho que me levaria a velhos amigos. Muitos tomaram rumos desconhecidos, por isso encontrá-los aqui foi um prazer gratificante.

É impossível comentar as 37 crônicas mais um prefácio e uma apresentação. Todas têm importâncias específicas, não apenas para o cronista, mas também para a essência do trabalho que é a memória de uma época. Mas eu gostaria de chamar a atenção para outro aspecto abordado no prefácio de Paulo José Cunha: a despretensiosa forma de relato, sem a obrigação que tenha “conteúdo literário”. Esse tipo de linguagem, que eu diria mundana, me atrai. Gosto de escritos regionalistas, que se apegam aos costumes e traduzem em palavras a forma habitual de expressões populares, encontradas nas ruas, nas residências e nos bares. Essa despretensão tornou a leitura agradável.

Acredito que você cumpriu o compromisso firmado com o Albert, de entrevistá-lo sem gravador e reproduzir fielmente as suas palavras. O Albert é autor de um cartum que bem poderia ter sido criado com o pensamento voltado para o Nós & Elis. Um cidadão sentado em uma mesa, algumas garrafas já sorvidas e a célebre frase: “o mundo inteiro não vale o meu bar”. Todos nós temos um bar. Não adianta percorrer a cidade porque o nosso bar não tem concorrentes.

Entendo a nostalgia de maestro Aurélio Melo, que já não compra mais CDs com a mesma frequência, pouco sai à noite e vai a raros shows. Não podemos ser eternos boêmios. Na mesma linha, Chico Castro nos lembra do tempo em que podíamos caminhar pelas ruas desertas de Teresina sem a violência de hoje. Eu mesmo andei pela madrugada, equilibrando-me pelas calçadas, protegido pela alma dos bêbados.

Há passagens na vida que nos marcam profundamente e que dificilmente esqueceremos, como a que viveu Cruz Neto. O trecho emocional de sua crônica explica de forma clara por que Elias do Prado Júnior foi um homem querido e admirado pelos que com ele conviveram, driblando a vida entre a rigidez e a meiguice.

E fez casamentos, como o do grande músico Edvaldo Nascimento e Edna, que relembram na crônica a quatro mãos a música Minas e Minas. Também Fifi, o Feliciano Bezerra, traz a recordação de quando Elias o arrancou da cama para tocar, apenas para que os seus clientes não ficassem sem a música que garantiria a tradição da casa. E tinha Geraldo Brito, o ícone, o carro-chefe dos músicos, o mais solicitado na noite teresinense pela dedicação que tem às cordas do seu pinho. Geraldo é hoje um nome musical, seguro, inimitável.

João Cláudio (não me acostumo ao Moreno incorporado ao seu nome) experimentou do tempero azedo de Elias, ao irritá-lo com uma piada. Já Kenard Kruel relembra o seu fusca conversível, que tive o prazer de conhecer, quando ele e Ramsés Ramos e todos “bebíamos cerveja a balde”. E Vera Mascarenhas, que relembra o companheiro de forma carinhosa. Em sua crônica, conta como foi o episódio que encerrou as atividades do Nós & Elis.

Wellington Dias faz uma abordagem de forte saudosismo, ao relembrar nomes que eu não poderia ter esquecido, mas sou traído pela memória. Eu sabia que Wellington é um admirador da cultura, mas não fazia ideia de que ele anda bastante afinado com a literatura, especialmente com produção própria. Fez uma análise importante sobre a mistura entre literatura, música e política, quando a esquerda avançava pelo sonho que os países comunistas pairavam sobre uma exaltada juventude.

Finalmente, um poema do grande William Soares em homenagem a Netinho da Flauta, um dos freqüentadores do Nós & Elis. “Poeta”, como é carinhosamente chamado pelos amigos e por quem tenho a maior admiração, é marca registrada na noite teresinense e não poderia estar fora de um trabalho desse. As demais crônicas são tão importantes quanto as que comentei, cada uma com seu estilo próprio.

Como lhe disse, meu caro Joca, eu era um mero expectador da ebulição cultural que marcou o Nós & Elis. Resgatar essa história foi uma ideia brilhante. Pena que o tempo seja indutor da dispersão, acabando por afastar amigos que nos foram (e ainda são) caros. Um livro como esse nos ajuda, nos conforta e nos traz a certeza de que a história é viva e que nós somos protagonistas em um transporte no rumo sabe-se lá pra onde.

Em tempo: senti falta de uma fotografia do bar, a fachada. Alguém terá uma foto assim?

Um grande abraço,

Eneas Barros


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