Em 2005, a Globo exibiu a telenovela América. A editora Iluminuras, pegando carona no sucesso do seriado, publicou “América – clássicos do conto norte-americano”. Em 07-06-05, comprei um exemplar dessa obra na extinta Des Livres. Fiz sua leitura completa em poucos dias.
Dos contos, um agradou-me enormemente, muito mais do que qualquer outro. Trata-se de “Quero saber por quê”, de Sherwood Anderson, escritor do qual jamais ouvira falar. Pedi que o escritor Eneas Barros lesse o conto. Ele o fez, também gostou muito, mas perdeu meu livro. Mandou buscar outro na Saraiva. Poucos dias depois de o livro ter chegado, ele achou meu exemplar e ficou com o que mandara buscar.
Agora em 2012, poucos dias antes do Salipi, sem saber por quê, fiz outra leitura do conto de Sherwood Anderson, e a paixão por esse texto voltou com uma força brutal. Pensava nele umas dez ou quinze vezes por dia. Adotei-o como leitura numa turma de primeiro ano do ensino médio, pedi que meu amigo Eneas Barros o lesse de novo, ele repetiu a leitura, e nós o comentamos numa noite salipiana em plena Pedro II.
Não satisfeito ainda, fui pesquisar na web sobre Sherwood Anderson. Li tudo que encontrei sobre esse autor e fiz o pedido de dois livros dele que encontrei em sebos da Estante Virtual, que ainda não comecei a ler não só por falta de tempo, mas também como quem guarda algo muito precioso para desfrutar no tempo certo, sem correrias nem atropelos..
Chico Castro, Francisco, Hélio Ferreira, Airton Sampaio, Lourdinha (que mora nos EUA) Geraldo Borges, Nonato, Leonardo, Fonseca Neto, Halan, a namorada de um jornalista(Ô, morena, menino! Acho que o jornalista ficou com ciúme, pois a empolgação pelo conto me fez olhar bem dentro dos olhos dela) e mais algumas dezenas de pessoas que encontrei no Salipi ouviram de mim rasgados elogio ao conto de Sherwood Anderson e o pedido de que o leiam. A uma delas, dei uma fotocópia do texto, mas até agora ela não me disse se o leu ou não. Talvez nem o leia.
Depois do Salipi, continuei exaltando essa narrativa genial. Cheguei ao ponto de me dirigir a uma pessoa que eu jamais vira e fazer-lhe elogios sobre “Quero saber por quê”. Talvez eu esteja me tornando inconveniente, um chato mesmo. O pior é que eu não consigo parar, nem saber por que eu gosto tanto desse conto. Mas o pior mesmo de tudo é ter tantos amigos que dizem gostar de ler, e muito raramente um ou outro compartilhar comigo um texto pelo qual se apaixonou.