O Onipresente
Quantos quilogramas de lixo tu produziste em 2008, leitor? Dezenas? Ou centenas? Conseguiste reciclar alguma coisa? Já havias pensado em perguntas como essas?
Pois é, caro leitor! São perguntas que incomodam. É desanimador pensar sobre a imensa quantidade de lixo que esta sociedade consumista produz diariamente. Só na praia de Copacabana, onde 2 milhões de pessoas se amontoaram para assistir à virada do ano, produziram-se 300 toneladas de lixo. E no restante da cidade do Rio, quantas toneladas se produziram? E em S. Paulo? E nas outras capitais brasileiras? Dá para visualizar as montanhas de lixo que os brasileiros produziram só nas festas de ano novo, leitor? Talvez, não! É muito lixo! Mas, diante de ti, leitor, todos os dias, tu vês um símbolo bem marcante dessas montanhas as quais não consegues visualizar: o esvoaçante saco de plástico. Ele é onipresente. Está em nossas ruas e avenidas; nos lixões; nas praças; no fundo dos rios e mares matando a vida aquática; no teu jardim; preso na seca vegetação de rios e córregos quando estes baixam suas águas; nos bueiros, impedindo o escoamento das águas pluviais; no frango, congelado ou apenas resfriado, que tu compras no supermercado e que já vem envolto num saco plástico, mas o colocas dentro de mais um saco para não sujares tuas finas mãos, e o empacotador, lá no caixa, vai colocá-lo em mais um. São três sacos envolvendo um simples frango. Em suma, ele está em todos os lugares imagináveis e inimagináveis, leitor! Até mesmo no teu ato mais íntimo, te protegendo das DSTs.
O saco de plástico é tão ubíquo, que, se um extraterrestre nos visitasse agora, não nos chamaria de a civilização do amor, nem do ódio, nem da racionalidade, nem da guerra, nem da paz, nem do capitalismo, nem da democracia, nem de qualquer outro aspecto civilizatório! Ele nos chamaria simplesmente de a civilização do plástico!
Pensemos nisso, leitor! E façamos um 2009 com menos sacos esvoaçantes! Da mesma maneira que Obama e sua turma,sim, nós também podemos.
W. Ramos