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O narcisismo poético

Por mares nunca dantes navegados – Camões; Meninos, eu vi – Gonçalves Dias; Deus, ó Deus, onde estás que não respondes? – Castro Alves; Desafinar o coro dos contentes – Sousândrade;  Ora, direis, ouvir estrelas – Olavo Bilac; Depois de um longo e tenebroso inverno – Luís Guimarães Júnior; E agora, José – Drummond; Porque hoje é sábado, os bares estão cheios de homens vazios – Vinícius; Vou-me embora pra Pasárgada – Bandeira...

Existem ainda outros, mas não é muito grande a relação de poetas eruditos que conseguiram emplacar um verso, e às vezes até mais de um, no gosto popular. São versos recitados nas ruas, em festas, em bares, em solenidades, na intimidade de casais apaixonados, em discursos... São versos retomados por outros poetas que os transformam em paráfrases ou paródias ou simplesmente fazem plágios disfarçados. São versos que comprovam que seus autores, embora eruditos, abriram um canal de comunicação com o povo. Não escreveram somente para um grupinho de poetas e intelectuais; não escreveram só para sua turminha. Foram muito além. Escreveram também para as pessoas simples. Ou melhor: escreveram para qualquer pessoa alfabetizada e que tenha um mínimo de interesse por poesia. Agradaram a intelectuais refinados e também a semiletrados.

O que esses grandes poetas fizeram se coaduna muito bem com o que o padre Antonio Vieira diz, no Sermão da Sexagésima, sobre o estilo: “Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. Como hão de ser as palavras? Como as estrelas (...) As estrelas são muito distintas e muito claras e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem e tão alto que tenham muito o que entender nele os que sabem.” Grande Vieira! Não é à toa que Fernando Pessoa o considera o maior artista da língua portuguesa.

Não pretendo aqui dizer  o que seja ou deixe de ser um poeta. Não estou emitindo lições de como se deve escrever poesia ou qualquer outro tipo de texto, literário ou não. Mas acredito que clareza e objetividade não são inimigas de quem escreve. Um poeta pode ser claro e objetivo e, ao mesmo tempo, ser altamente criativo. Os versos que iniciam esse texto comprovam isso. Não é obrigatório que um bom poeta tenha um ou outro verso que caia no gosto popular e que seja recitado nas ruas. Mas que ótimo se isso acontecer. Para que isso ocorra, no entanto, é necessário esforço; é necessário que os que se dizem poetas esqueçam um pouco o próprio umbigo ou pelo menos o tornem mais semelhante ao umbigo dos leitores.

O problema hoje é que a poesia está muito voltada para si mesma e para as igrejinhas que a produzem. Os poetas escrevem muito mais para si próprios e seus colegas do que para o povo. É uma poesia de compadres, elitista e excessivamente subjetiva. Quase todo  poeta se considera muito autêntico; bate no peito, onde estrebucha o seu imenso ego, e se orgulha de não fazer concessões, como se vivesse num mundo à parte. Quanta vaidade, meu Deus!

Nunca em época alguma da história literária a poesia foi tão subjetiva e distante das pessoas. Os autores românticos do século XIX, como Álvares de Azevedo e outros, ficam muito aquém dessa turma de hoje. Resta, porém, um problema: os grandes poetas brasileiros do século XX, como Drummond, que chegou a ter livros na lista dos mais vendidos, estão mortos. Sem eles, a poesia vai dar alguma atenção ao povo ou continuará a ser essa conversa elitista entre compadres e comadres?


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