Prometi a mim mesmo não falar mais sobre os jogos olímpicos de 2012, principalmente depois da acachapante derrota do Brasil diante do México, sendo obrigado a guardar o barril e chope quando a festa estava só começando. Mesma humilhação aconteceu no vôlei masculino no jogo entre Brasil e Rússia, quando deixou escapar o ouro no 3º set, perdendo por 3 x 2.
De nada adianta fazer beicinho, colocando no primeiro plano o Brasil acima do resto do mundo, ao invés de enxergar a grandeza dos jogos olímpicos e o seu poder de juntar todos em torno de temas como o combate à pobreza, a luta por justiça, os pacificadores, o esforço de convivência entre os povos e a preservação da Terra. É um evento que, pela participação predominante de jovens, representa o futuro, além de significar para a maioria dos atletas e também da população mundial, uma espécie de objeto de desejo. Por isso, volto atrás e me rendo à grandiosidade desse encontro memorável da juventude que certamente sonha com um Brasil grande, capaz de encontrar soluções para os problemas que nos atormentam.
Do total geral de 940 medalhas, 104 ficaram com os Estados Unidos, o equivalente a 11%. Os chineses levaram 88, pouco mais de 9%. A Grã-Bretanha pegou 65, equivalendo a 7%.
Quanto às 290 medalhas de ouro distribuídas em Londres, o primeiro do ranking de ganhadores são os Estados Unidos, com 46, o equivalente a 16% do total. O 2º lugar é da China, com 38, equivalendo a 13%. Já o 3º e 4º lugares pertencem à Grã-Bretanha e à Rússia que colocaram no pescoço 29 e 24 de ouro, ou 10% e 8% do total, respectivamente.
Agrupando as dez primeiras posições por continente, verifica-se que a Ásia tem dois representantes - a China e a Coréia do Sul; a América do Norte tem um país, os Estados Unidos; a Europa aparece com seis - a Grã-Bretanha, a Rússia, a Alemanha, a França, a Itália e a Hungria; a Oceania está representada pela Austrália.
Considerando as 525 medalhas concentradas nos dez primeiros do ranking, observa-se que o pole position é o continente europeu que ganhou 270 medalhas, ou seja, 51% das medalhas do grupo dos DEZ primeiros. Em seguida, aparece a Ásia com 116 medalhas, equivalendo a 22% das medalhas desse grupo. A América do Norte ocupa a 3ª posição com 104 medalhas, ou seja, 20% das 525 medalhas do grupo, e a Oceania contribuiu com 35 medalhas, 7% em relação às medalhas dos dez primeiros.
Ainda em relação às dez primeiras posições, os países que integram esse grupo abocanharam 195 medalhas de ouro, 166 de prata e 164 de bronze, concentrando no grupo 525 medalhas, ou seja, 56% do total geral de 940 distribuídas em Londres. Quanto ao ouro, no total de 290 distribuídas durante os jogos, as 195 que ficaram com o grupo dos DEZ equivalem a 67% do total. As 166 de prata representam 54% de todas distribuídas. Das 346 de bronze distribuídas nas Olimpíadas, 164 pertencem ao grupo dos DEZ, equivalendo a 47%.
No cômputo geral, o Brasil ocupa o 22º lugar, com três medalhas de ouro, cinco de prata e nove de bronze, totalizando 17 medalhas, ou 2% do quadro geral. Esse pálido desempenho revela uma realidade perturbadora que se repete a cada quatro anos: a falta de políticas públicas, em especial, programas consistentes destinados ao jovem e ao esporte.
Orgulhoso, muito embora triste, assisti a uma entrevista com a judoca Sarah e com o ginasta paulista Arthur Zanetti. Muitas coincidências cruzam a trajetória esportista desses jovens medalhistas de ouro. O solitário esforço para chegar ao pódio, por exemplo. A piauiense Sarah é filha de pais pobres e venceu em Londres por méritos próprios, assim como o Arthur, filho de um marceneiro que fabrica as argolas para o próprio medalhista utilizar nas competições.
Mesmo assim, os políticos e os executivos de governo não perdem a oportunidade de pousar ao lado dos medalhistas, mesmo reconhecendo que sua participação no sucesso desses jovens é um zero à esquerda. O que conta mesmo pra essa gente são os interesses pessoais, ficando em segundo plano as necessidades básicas do país.