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Rally dos Sertões. Contraste em preto e branco.

Se algum dia eu matar alguém, existe a grande possibilidade de ser um governante ou um político. E por quê? Assisti no Globo Esporte uma matéria sobre o Rally dos Sertões. Num determinado trecho, os carros passaram pela zona rural do castigado interior piauiense. O cenário é desolador, mas nada diferente do que se vê no resto do nordeste: pobreza, analfabetismo, desemprego e outras mazelas que o descaso, a incompetência e a demagogia governamental nunca resolvem.

 

Na primeira oportunidade, um dos pilotos foi entrevistado sobre a paisagem e a reação das pessoas diante do evento. Ele confessa que se sente muito feliz porque o Rally traz alegria para a população que mora ao longo do circuito. Até aí, nada a comentar, mas quando o assunto é a entrevista com alguns garotos que perambulam pela área, a realidade vem à tona.

 

Esqueléticos, pés descalços e uma algazarra sem fim, alguns meninos participam de uma corrida numa estrada de chão, certamente na modalidade de 100 metros rasos, talvez numa imitação fantasiosa dos jogos Olímpicos de Londres. O repórter se dirige a um deles e diz: Você vai aparecer na televisão. Gosta de ver o Rally dos Sertões? Resposta: Gosto muito. E o repórter insiste: Quer mandar um recado para alguém? Um beijo, mãe, diz o garoto feliz da vida. Se não fosse o Rally eu não tava mandando um beijo agora pra ela. E riu muito.

 

Pouco mais à frente, acontece uma “partida” de futebol com garotos também esquálidos, ao som de muita gritaria e sorrisos inocentes. No intervalo, o repórter entrevista um dos atletas, e pergunta: Esta bola está quase furada, chegando ao fim. E quando não der mais pra jogar? Resposta: Nóis pára.

 

Esse quadro nordestino, comovente e ao mesmo tempo triste, me faz lembrar informações de fontes distintas, mas que têm parentesco de 1º grau. A primeira é o recente estudo da ONU que mostra o Brasil ocupando o 4º lugar no ranking dos países mais desiguais do mundo, só ganhando da Guatemala, Honduras e Colômbia que ocupam honrosamente a 1ª, 2ª e 3ª posições, respectivamente.

 

A outra tem relação com a entrevista concedida pelo traficante Marcola ao jornal O GLOBO. Ele se vangloria do patrimônio acumulado, afirmando que agora estamos ricos com a multinacional do pó. Referindo-se à atual realidade brasileira, Marcola diz: Não há mais proletários ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivada na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias. Eu me encontro diante de uma espécie de pós-miséria. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, internet e armas modernas. Meus comandados são uma mutação da espécie social. São fungos de um grande erro sujo.

 

Atônito, o jornalista de O GLOBO pergunta o que deve ser feito. O traficante sugere: Peguem os barões do pó. Tem Deputado, Senador, tem Generais, tem até ex presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O exército? Com que grana? Eles não têm dinheiro nem para o rancho dos recrutas. O país está quebrado, sustentando um Estado morto, a juros de 20% ao ano.

 

Quando o repórter pergunta se não haveria outra solução, Marcola argumenta: Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a normalidade. Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Estamos todos no centro do insolúvel. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem a extensão do problema.

 

O indicador da ONU e as revelações de Marcola denunciam a gênese da nossa realidade, bem como o futuro sombrio que aguarda os garotos entrevistados. Eles representam uma geração que caminha a passos largos pela rota da desorganização social.


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