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Artigo
A difícil arte de representar

O natal é uma festa gregária, familiar, onde a comilança desenfreada manda no espaço. Cena só vista em “Viridiana”, filme de Luis Buñel. O natal impõe reflexões, como por exemplo, “Vamos renascer para o perdão”, “Ser solidário é crescer” e “Natal é amor e alegria”, como se tudo isso não devesse ser uma prática do cotidiano das pessoas.

 

Sem falar naquele idiota encastelado numa barba branca para esconder sua indisfarçável mediocridade como animador de festa. Até o rô!, rô!, rô! é copiado. Nem pra mudar pra , rá!, rá! Ou, então: ré!, ré!, ré!. Quase me esquecia da sonífera frase “Feliz natal e próspero ano novo”. Entra ano e sai ano e ninguém cria um texto novo. Me lembra a frase inicial secular de uma Escritura de Compra e Venda passada em cartório: “Saibam quantos a presente escritura bastante virem que...” Ou então: “A quem interessar possa...”. Em relação a esta última, não mudam sequer a posição do verbo pra disfarçar: “A quem possa interessar...”.

 

Não basta só aguardar o natal. Na noite, temos que demonstrar euforia regada de gargalhadas, fotos e, em alguns casos, famílias chegam a dar uma outra dimensão à festa, com a encenação de um espetáculo teatral que conta, quase sempre, com a participação de pessoas da vizinhança.

 

Tibério, de 12 anos, meu amigo e colega da escola, foi convidado para participar da peça “O Nascimento de Jesus”. Era tudo que ele queria, para mostrar ao público seu talento na arte de representar. Foram seis meses de exaustivos ensaios diários e aulas perdidas, a ponto de quase ter que repetir o ano na escola. Enquanto isso, seus pais, orgulhosos do novo Paulo Autran que surgia, se encarregavam de divulgar o evento e convidar os amigos da redondeza.

 

Chega o dia da estréia. Com o alto-falante divulgando o evento e o pátio da escola transbordando de gente, as luzes se apagam. Era visível a ansiedade da família de assistir à mais nova revelação do teatro brasileiro. Fim do primeiro ato e nada de Tibério. Cresce ainda mais a expectativa dos pais com o término do segundo ato sem que Tibério tenha aparecido. No minuto final do terceiro ato, Tibério é identificado pela família deitado no chão da manjedoura ao lado do jegue que mascava capim com indiferença.

 

Expectativa em baixa e muito envergonhado, Seu Juca, o pai, ao mesmo tempo em que surrava Tibério, esbravejava: Me diga, seu imbecil, seriam necessários meses e meses de ensaio pra você aparecer dormindo ao lado de um jegue?

 

Com a mesada suspensa, Tibério privou-se por seis meses de fazer o que mais gostava: tomar sorvete de baunilha com passas. Tudo isso porque teve que demonstrar, ainda que por um minuto, o amor pelos animais.


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