Na quarta-feira passada, Margaret Chan, diretora-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), foi direta: "Por favor, comam carne de porco". O apelo foi feito em Genebra, antes do anúncio que elevou o nível de alerta em torno da gripe suína --cujo nome oficial passou a ser "influenza A (H1N1)"-- de 4 para 5, em uma escala de 1 a 6, e serviu para reforçar a posição da entidade de que carne de porco não faz mal.
Por conta disso, a Folha Online procurou o especialista em carnes Marcus Bassi, que dá dicas de como escolher e preparar carne de porco. Bassi mantém, desde 1979, um restaurante especializado em carne e desenvolveu uma série de cortes famosos, como a maminha.
"Primeiro gostaria de salientar que no Brasil temos algumas das melhores granjas do mundo. O animal brasileiro é tão bem tratado que não pode nem se chamar o que comemos de carne de porco, e, sim, de suíno", brinca.
Todavia, para ter certeza de que se está adquirindo uma carne de qualidade é preciso prestar atenção em alguns aspectos. Segundo ele, o primeiro passo é ver se a carne tem o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal). "Mesmo em um açougue, é sempre bom pedir para ver o selo e ter certeza de que a carne foi inspecionada", diz.
Além disso, também é importante ficar atento para o aspecto da carne. "Escolher uma carne boa não é uma coisa simples de se explicar, mas, em geral, a carne de porco de qualidade tem uma cor rosada e pouca gordura", explica. A coloração e o baixo índice de gordura indicam que o animal foi bem cuidado e alimentado.
No preparo, é preciso sempre optar por carnes bem cozidas ou assadas --no último caso, o ideal é assar a carne em temperatura próxima aos 70 graus. Além desses cuidados básicos, o único adendo de Bassi é em relação aos cortes. "Apesar de ser bem menos popular do que o pernil, a paleta de suíno é o meu corte preferido, delicioso, mas ainda pouco explorado pelo consumidor", ensina o especialista.
Fonte: Folha Online