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Mário de Sá Carneiro e as projeções de um espírito multifacetado

“... assim éramos nós obscuramente dois, nenhum de nós

sabendo se o outro  não era ele-próprio,

se o incerto outro viveria...”

 

Fernando Pessoa Na Floresta do Alheamento

 

Uma das novelas mais expressivas da literatura universal é sem dúvidas A confissão de Lúcio, do poeta português Mário de Sá Carneiro, um contemporâneo de Fernando Pessoa que a exemplo de suas personagens vive o impasse de encontrar-se em si mesmo e nos outros. Essa travessia por vezes tortuosa, mas carregada de magia e êxtase traduz a alma multifacetada do jovem Mário que encara o suicídio como uma forma de sublimação.

Dificilmente o leitor impotencial saberá entender que Marta – a projeção feminina que há entre Lúcio e Ricardo de Loureiro existe, mas  apenas no plano da arte. Afinal de contas é nessa perspectiva que o autor quer que o leitor entenda o plano da narrativa. Mário de Sá Carneiro em sua “A Confissão de Lúcio” tece uma estória que perpassa na maioria das vezes o plano da lucidez e por isso transporta os leitores para um universo mágico, fantástico, característicos do que se convencionou chamar de hiperrealismo, ou realismo mágico, como quis Mario Vargas Llosa.

Pode-se afirmar que “A Confissão de Lúcio” é uma novela onírica, carregada de elementos misteriosos que se intertextualiza com o Surrealismo de Salvador Dali e tantos outros que apelam para o nonsense.

A falta de esforço do personagem Lúcio em fazer a polícia entender que ele não assassinara Ricardo de Loureiro (Marta) é, talvez um instante de lucidez, haja vista ninguém acreditar na sua versão, por isso, dez anos reclusos em busca de desvendar não o mistério da morte, mas o labirinto de si, onde há muito se perdera.

 

“Perdi-me dentro de mim

Porque eu era labirinto,

E hoje, quando me sinto,

É com saudades de mim”.

 

A personagem central revela porque não fez nenhum esforço para explicar o inexplicável. “Pela minha parte, nem por sombras tentei desculpar-me do crime de que era acusado. Com o inverossímil, ninguém se justifica. Por isso me calei”, foi o que anotou Lúcio, em sua confissão.

Narrada em primeira pessoa a história do personagem-narrador é uma história de crime e mistério. Depois de ter cumprido dez de prisão por um crime que, segundo ele, não cometera, Lúcio se esforça agora para entender os fatos que lhe ocorreram após o dia do desaparecimento de Marta e da morte de Ricardo de Loureiro.

A tentativa é de narrar os fatos que antecederam o assassinato do seu amigo (se é que houve assassinato). No entanto nesse esforço de elencar cada acontecimento, suas lembranças se embaralham, perdem a nitidez e a ambiguidade toma conta da narrativa.

Como se percebe, Lúcio, não quer explicar aos outros, mas a si mesmo, por isso se recolhe egocentricamente, num exercício de auto-compreensão.

Há nítida influência das artes plásticas, sobretudo do impressionismo, uma vez que a narrativa é impregnada de imagens simbólicas, ou melhor, “A Confissão” é uma narrativa simbólica. O autor explora a temática da homossexualidade em vários momentos, tanto a de casais do sexo masculino, como se verifica a relação de Lúcio e Ricardo de Loureiro, como a do feminino, como ocorre com a “americana” que promove uma festa no seu palacete.

Mário de Sá Carneiro criou essa atmosfera nebulosa toda, talvez, pelo preconceito ainda muito forte, sobre questões como essa da homossexualidade. O mundo tenta, e a todo custo, não se aprofundar na temática que divide opiniões. Imaginem como seria “A Confissão de Lúcio” nesse instante em que o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro reconheceu por unanimidade a união homoafetiva?


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