Parnaíba
O Porto das Barcas No extremo norte do Piauí está Parnaíba, município que abriga um potencial turístico imenso, principal desembocadura do primeiro braço do delta do rio Parnaíba, o rio Igaraçu. A cidade já foi, em seus tempos áureos, a fortaleza da economia piauiense. Era por lá que se escoava a produção agrícola e comercial e por onde entrava mercadorias transacionadas com outros estados brasileiros e com a Europa. Originou-se das charqueadas de Domingos Dias da Silva, que preparava o charque (carne seca) estendendo uma manta de carne ao sol para secar, até ficar completamente desidratada.
O movimento de embarcações era intenso, através do rio Igaraçu, que ligava a cidade ao mar. Às margens do rio as barcas aportavam e partiam, marcando para sempre os séculos XVII e XVIII na história de Parnaíba. Foi desse movimento progressista e dessa consolidação da riqueza piauiense que se instalou um porto – o Porto das Barcas, que viria a abrigar a Vila de São João da Parnaíba, elevada à cidade no dia 14 de agosto de 1844.
Depois da queda do preço da cera de carnaúba e do babaçu no mercado internacional, os tempos áureos começaram a fraquejar. Os vistosos e imensos armazéns, construídos para estocagem das mercadorias, começaram a perder as suas utilidades primeiras, e o tempo se encarregou de abandoná-los. Hoje, poucos são os lugares no Brasil que reúnem tão fortes elementos históricos quanto o Porto das Barcas. Durante décadas entregue à própria sorte, o seu conjunto arquitetônico é hoje um espaço cultural de valor inestimável, cuja restauração garantiu ao povo piauiense e aos seus visitantes a preservação de parte da memória do estado.
As características originais de seus pisos, telhas, paredes, portas, janelas e luminárias e a utilização de cores que representam uma época marcante são os principais ingredientes que fazem do Porto das Barcas um lugar aconchegante, vivo e que aos olhos de seus visitantes parece pulsar no tempo. Os seus armazéns foram transformados em lojas de artesanato, restaurantes, bares, sorveterias, salões de exposição, espaço para shows, agências de viagens e informações turísticas, e de seu cais embarcações voltaram a cruzar os rios, dessa vez rumo ao delta do Parnaíba, conduzindo os turistas que de longe chegam para viver os prazeres parnaibanos.
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