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PIAUÍ - Um Estado de Surpresas
Cajueiro da Praia

De longe, nada mais é do que um pequeno povoado encravado no meio de coqueirais à beira do Atlântico. Com casas simples e muito bem cuidadas, as ruas ainda não se renderam aos paralelepípedos e asfaltos dos centros urbanizados, e a praça principal da Barra Grande, ainda no chão de areia, abriga uma igreja e a necessidade urgente de urbanização adequada.
 
Muitos moradores sobrevivem da pesca, mas a maioria vive mesmo é da lavoura, de plantar milho, feijão e mandioca para movimentar as farinhadas, como informa o hoteleiro Nódge Muálem. À tarde, pescadores da região se posicionam nas barracas à beira mar, para aguardarem os colegas que chegam do alto, trazendo o peixe que dá sustento a muitas famílias. Por lá se pesca serra, bonito, cavala, robalo, cação, coró, ariacó, arraia, espada, camurupim e tainha, o peixe mais cobiçado. A pescada amarela sumiu. Para Antonio Luís, o “Barra Grande”, o peixe não apareceu mais porque faltam instrumentos adequados para a pesca. É possível encontrar alguma pescada nos currais, que funcionam como uma arapuca, para onde o peixe é atraído e não consegue sair.
 
O povo da Barra Grande é de uma hospitalidade contagiante. Não é à toa que nos últimos anos a procura pela região aumentou consideravelmente, tendo como forte atrativo a paz do povoado e os cuidados com a limpeza: a Barra Grande é considerada a praia mais limpa do litoral piauiense. O inevitável crescimento turístico é visto a olhos nus. As hospedarias se multiplicaram e é fácil encontrar casas para alugar por temporada. Os bares da orla disputam espaço e aos poucos o lugar vai tomando a forma de um clássico vilarejo de veraneio.
 
A difícil arte de sobreviver do mar
 
No início de outubro de 2000, um vento muito forte gerado nas costas africanas cruzou o Atlântico, passou pelo litoral do Piauí e atingiu Teresina, deixando as marcas de sua violência nas manchetes dos jornais locais. Estragos físicos à parte, difícil é imaginar que aquele mesmo vento contribuiu para trazer problemas à região da praia da Barra Grande, no município de Cajueiro da Praia, distante 72km de Parnaíba e 59km de Luís Correia.
 
Por incrível que pareça, faltou peixe em um povoado que sempre viveu da pesca e dos frutos do mar. Os pescadores sumiram em busca de outras praias mais fartas, levando a esperança de um dia recuperar os bons tempos em que o peixe era abundante. As explicações para a ausência total do peixe são as mais diversas. Os fortes ventos agitam as marés, derrubam os currais de peixe e afastam do mar os poucos pescadores que restam. Com embarcações de pequeno porte, eles não se arriscam a enfrentar as ondas provocadas pelas ventanias, que atrapalham toda a pescaria artesanal de sobrevivência: o curral, a canoa, a tarrafa e o anzol.
 
Mas a falta de peixe não é apenas responsabilidade da natureza. Moradores da região afirmam que barcos a motor, provenientes do Pará, Ceará e Rio Grande do Norte, também são fortes concorrentes para o problema. Responsáveis pelos conhecidos “arrastões”, os barcos seguem dia e noite arrastando tudo por onde navegam, provocando um enorme prejuízo ao equilíbrio ambiental marinho.
 
O escritório do IBAMA recebe insistentes denúncias de pescadores sobre os arrastões, e até a Polícia Militar já acompanhou a fiscalização dessa prática. Antonio Luís Silva, conhecido por “Barra Grande” pela afinidade com o povoado, afirma que cada barco arrasta duas redes durante duas horas, colhendo em média 80kg de peixes e mariscos por rede. Para ele, os arrastões têm apenas um objetivo: o camarão branco para exportação, conhecido como camarão “zebú”.
 
“Em apenas um arrasto vem de tudo: bagre, arraia, lagosta, siri, peixe cabeçudo, pescadinha, sardinha, peixe espada...”, conta Antonio Luís. O mais grave são os filhotes, também jogados de volta ao mar. Na embarcação só há espaço para o camarão, e muitas vezes os peixes não resistem à demora da seleção e morrem. Pelos seus cálculos, embora não precisos, os barcos de arrastão colhem em média 4 toneladas de peixes e mariscos por dia, das quais apenas 30% se compõem do camarão. Os 70% restantes sofrem maus tratos e muitos acabam morrendo. Inclusive o barulho dos motores contribui para afastar o camurupim, o pargo e a cavala, facilmente pescados no período de agosto a novembro.
 
A lagosta também se afastou das costas da Barra Grande. Antigamente, a região era um berçário daquele crustáceo. Hoje, apenas os filhotes chegam nas tarrafas dos pescadores, que os devolvem ao mar. As adultas se afastaram, mas os filhotes procuram águas mais quentes, daí a facilidade em pescá-los. Como não podem concorrer com os barcos com motores de 6 cilindros, os pescadores piauienses estão se deslocando para as costas do Maranhão e Parnaíba, dificultando o abastecimento local. Antonio Luís garante que muitos barcos da Barra Grande estão pescando em Parnaíba. “Lá a manutenção é melhor, porque aqui nem a fábrica de gelo funciona mais”, lamenta-se.
 
O porto das perturbações
 
Alguns moradores da Barra Grande estão certos de que o povoado já foi fundo de mar em tempos mais remotos. Franzé Veras é um deles. Sem ter como precisar o tempo, ele acredita que também houve época em que o mar baixou de nível e agora está voltando a se aproximar, provocando os fenômenos que vêm derrubando bares e casas na praia de Macapá e já destruiu o antigo acesso à praia da Pedra do Sal.
 
“Outro dia cavei um poço lá em casa e deu no mesmo tipo de areia grossa que tem no mar, como se essa camada tivesse sido encoberta”, conta Franzé.
 
Para Antonio Luís, a praia de Macapá está sendo prejudicada por causa do porto de Luís Correia - uma ponta de pedras que invade o mar e que até hoje nenhum governo foi capaz de concluir. As águas encontram uma barreira na altura do porto, reduzem a velocidade e tendem a se espalhar pelos canais que encontram, como o do rio que deságua no Macapá. Com isso vão cavando aquela faixa litorânea, provocando uma destruição lenta e gradual. Da mesma forma, o desvio das águas na altura do porto alterou o fluxo na praia da Pedra do Sal, provocando impactos nas margens, que chegaram a destruir a antiga pista de acesso à praia.
 
Para moradores, pescadores e proprietários de bares na orla, a natureza pode até ser cruel. Mas difícil é imaginar até quando o homem vai conseguir sobreviver sem alterar o natural equilíbrio do meio em que vive.
 
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