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O ermitão de Cachoeira

Para Jorge Antônio, a quem dedico muita amizade. 

T

enho um amigo chamado Jorge Augusto, formado em administração de empresas e professor da cadeira Teoria do Desenvolvimento em Cachoeira, na Universidade do Recôncavo. Ele já ensinou Políticas Públicas para o Turismo que também é a sua praia. O Jorge faz parte daquele seleto grupo de humanos, cujo cérebro foi programado para hospedar os três valores essenciais da sociedade moderna: a mulher, os filhos e o trabalho, em especial, pesquisas. Suas conversas sobre estatística são muito ricas e sempre está disponível para tirar dúvidas. Sobre desvio padrão e mediana, por exemplo.

 

Sua esposa se chama Maria Júlia que esbanja simpatia. Portadora de um sorriso franco e amigo, é uma devotada mãe, daquelas em extinção que hoje já não se fazem como antigamente. Um dos seus filhos é o Edu, nome herdado do pai de Maria Júlia. Carinhosamente é chamado de Dudu. O outro é o Jorge, obviamente em homenagem ao varão líder da família, o Jorge Augusto. Na intimidade, esse filho é chamado de Jorginho. Emocionado, quase em lágrimas, o Jorge Augusto sempre que tem oportunidade se refere a esse filho como sendo a versão atualizada de Jimmy Hendrix. Sem pó, claro!

 

Frases como Jorge, vá lavar os pratos”; Jorge, tá na hora de dormir, vá vestir o pijama; Jorge, chega de cerveja pra não fazer xixi na cama deixam claro que a relação entre Jorge Augusto e Maria Júlia nada deve às contemporâneas democracias ocidentais. E Jorge, sem pestanejar, sempre acata as sugestões de Maria Júlia. Eu e um amigo de Teresina chegamos a ouvir esses diálogos bilaterais quando fomos ao apartamento deles pra degustar umas lambretas a pedido do esfomeado piauiense Barros, também amigão de Jorge Augusto.

 

A comunicação entre Jorge Augusto e os dois filhos pós adolescentes, Dudu e Jorginho, vez por outra sofre alguns curtos-circuitos, não pela falta de diálogo, senão pelo conflito de vocábulos, em que pese o esforço mútuo para estabelecer uma conversa civilizada.

 

Dudu pergunta ao pai: E aí, meu brother? Resposta: Estou analisando os fatos sob um ângulo futurista, meu filho, sempre na perspectiva de uma conjuntura menos adversa, não só do ponto de vista político, mas também, e principalmente, macro econômico. Outra: Quer?. Pergunta de Jorginho ao pai, a quem foi oferecido uma barra de chocolate. Resposta de Jorge Augusto: Urge avaliar as possíveis conseqüências gástricas, meu filho. Ultimamente, tenho observado que esta pasta alimentícia solidificada tem provocado reações não muito favoráveis no meu aparelho digestivo. Demonstrando preocupação com o pai que se machucou num jogo de dominó, Dudu perguntou: De boa, velho? Resposta de Jorge Augusto: Em termos, meu querido e amado filho! Ainda dependo de uma prospecção da junta médica pra diagnosticar a extensão de possíveis resquícios na minha cansada estrutura óssea”.

 

Diante desse cenário, Jorge Augusto mergulha numa profunda crise existencial. De um lado, as decisões democráticas de Maria Júlia e, vez por outra, o intransponível grau de incomunicabilidade com os filhotes. Por essas e outras, há algum tempo ele tem andado muito cabisbaixo, triste, vagando dia e noite à solta pelas ruas de Cachoeira em busca de paz, muito embora atento à possibilidade de uma repentina paixão daquelas de perder o fôlego. Mas ele sabia mais do que ninguém que seu amor por Maria Júlia, de tão grande, dói no peito. Ohhhh!

 

Pelo telefone, me disse que já pensou muito na possibilidade de dar um vôo rasante do Elevador Lacerda rumo à cidade baixa. Tentei dissuadi-lo desse absurdo, informando que havia chances de ele assessorar Barros por dois anos num projeto de pesquisa. Só assim, ele desistiu de dar cabo da própria vida. Para o bem de todos e felicidade geral da família.

 

Nota:  A lambreta pertence à família dos moluscos. É um animal invertebrado de corpo mole, formado dentro de uma concha. Os bebedores de cerveja usam como tira-gosto.


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