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O irresistível Rei Baco

O lastro cultural da Bahia é resultado da permeação das matizes étnicas - indígena, européia e africana - que determina hoje a sua diversidade de formas e modos de expressão. Como disse Arnaldo Jabor em passagem por aqui, “na Bahia tudo sincretiza: pobre, rico, esquerda, direita, homo, hétero, branco, preto. A cultura aqui vem antes da lei. O soldado de polícia é um negro com passado e orixás, e desfila no bloco Filhos de Gandhi com fidalguia, sem medo de ser feliz”. Está certo Jabor, o PM carrega a fidalguia de um príncipe senegalês.

 

Quando começam aquelas comparações inócuas sobre capitais brasileiras, costumo pirraçar os amigos que vêm de fora, dizendo que Salvador é uma cidade caleidoscópica. Explico que, independente do ângulo de observação, em cada canto reluz uma imagem, um som e um evento. Alguns desses amigos disfarçam o ciúme, outros não conseguem.

 

A temporada de caça começa no início do verão. Essa arte da paquera, também conhecida entre os profissionais do ramo como galinhar ou jogar milho, tem sua dinâmica facilitada pelos constantes ensaios de verão promovidos por bandas famosas como Araketu, Timbalada, Olodum, e pelas festas de largo que também estimulam a galinhagem. Todos esses eventos têm a capacidade de aglomerar muita gente num só espaço, ao som de música, suor, cerveja e muita mina. O ciclo de festas acaba no carnaval, uma espécie de sodomia a céu aberto.

 

Nesse período, a descontração atinge o ápice em Salvador. Temperatura beirando os 35 graus, turista zanzando à toa pela cidade, gente bronzeada mostrando seu valor, e todo mundo numa aparente preguiça e desleixo comendo alguém ou, pelo menos, tentando. E as brigas estratégicas entre casais alcançam o estado de ebulição.

 

No carnaval, alguns sabidórios procuram, de toda forma, artifícios pra ganhar a carta de alforria. Convencer a parceira sobre a importância de permanecer em casa, por exemplo. “Querida, não posso permitir que esse sol causticante queime sua pele bundinha de bebê”. Outra, de mestre: “Amor da minha vida, decidi que não vamos pro carnaval. Não é o ambiente purificado que merecemos”. Sem que ela perceba, com essa conversa mole pra boi dormir está armada a fuga temporária.

 

Vez por outra, esses protagonistas da perfídia se descuidam e são flagrados pelas esposas na televisão, bem maquiados e vestidos de “nega maluca”, aos beijos com uma mina vitaminada. Como o diabo gosta.

 

Intuídos pela certeza, eles nem esquentam com a bomba de retardo lhes espera e reconhecem que razões não faltam para a digníssima lhes desejar um fim infame. Sabem também que o grau de satisfação ao encontrarem o bloco da sua preferência nem sempre é garantido sem o risco do caos na quarta feira de cinzas.

 

Mas, o que interessa mesmo é celebrar a vida. Afinal de contas, no longo prazo todos estaremos mortos, como disse Keynes, aquele amigão nosso que todo ano desfila no bloco Filhos de Gandhi.


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